Numa descoberta que causou entusiasmo na comunidade arqueológica, os investigadores desenterraram os vestígios de uma antiga cidade subaquática na costa da Grécia. As ruínas submersas, que se acredita datarem do século III a.C., foram encontradas no Mar Egeu, perto da ilha de Lemnos.
A descoberta foi feita por uma equipa de arqueólogos marinhos liderada pela Dra. Elena Papadopoulos, da Universidade de Atenas. Utilizando tecnologia avançada de sonar e drones subaquáticos, a equipa identificou os contornos de edifícios, ruas e o que parece ser uma grande praça pública sob as ondas.
As pesquisas iniciais sugerem que a cidade foi em tempos um porto próspero, servindo possivelmente como um importante centro comercial entre o continente grego e a Ásia Menor. O local cobre uma área de aproximadamente 5 quilómetros quadrados e encontra-se a uma profundidade de 40 a 60 metros abaixo da superfície.
Entre as descobertas mais intrigantes estão diversas estátuas bem preservadas, incluindo uma colossal figura de bronze que se acredita representar Poseidon, o deus grego do mar. Esta estátua, com cerca de 7 metros de altura, é uma das maiores e mais bem preservadas estátuas de bronze da Grécia antiga alguma vez descobertas.
A equipa também descobriu vários artefactos que fornecem informações sobre a vida quotidiana na cidade antiga. Isto inclui cerâmica, joalharia e moedas, algumas das quais apresentam inscrições numa escrita que ainda não foi totalmente decifrada. O Dr. Papadopoulos observou que estas descobertas poderiam “reescrever a nossa compreensão do comércio e do intercâmbio cultural no antigo Mediterrâneo”.
Os geólogos que trabalham com a equipa arqueológica acreditam que a cidade ficou submersa devido a uma combinação de subida do nível do mar e atividade tectónica. A submersão relativamente súbita pode explicar o estado excepcional de preservação de muitos artefactos e estruturas.
A descoberta gerou discussões sobre a possível existência de outras cidades submersas ao longo da costa do Mediterrâneo. Também levantou questões sobre a engenharia grega antiga e como a cidade se pode ter adaptado às alterações do nível do mar antes da sua submersão final.
À medida que o trabalho de escavação continua, a equipa enfrenta desafios significativos na preservação e no estudo do sítio subaquático. Devem ser tomados cuidados especiais para evitar danos causados pela exposição ao ar e aos poluentes modernos. O governo grego já declarou a área como um sítio arqueológico protegido e está a trabalhar em planos para a sua preservação e estudo a longo prazo.
Esta cidade subaquática promete fornecer uma riqueza de novas informações sobre a civilização grega antiga, o comércio marítimo e as alterações ambientais que moldaram o Mediterrâneo ao longo dos milénios. À medida que mais da cidade é revelada, torna-se uma prova do fascínio duradouro dos mistérios antigos e do poder da tecnologia moderna para desvendar segredos há muito escondidos sob as ondas.