Coreia do Norte testa novo míssil de combustível sólido

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A Coreia do Norte anunciou o lançamento bem sucedido do teste de um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido (ICBM), marcando um avanço significativo no seu programa de armamento. O teste, que terá ocorrido na segunda-feira, 8 de dezembro de 2024, foi realizado no Campo de Lançamento de Satélites de Sohae, na costa oeste do país. De acordo com relatos dos meios de comunicação estatais, o míssil apelidado de Hwasong-18 demonstrou maior alcance e precisão em comparação com os anteriores ICBM de combustível líquido.

A utilização da tecnologia de combustíveis sólidos representa um avanço significativo nas capacidades de mísseis da Coreia do Norte. Os mísseis de combustível sólido oferecem diversas vantagens em relação aos seus homólogos de combustível líquido, incluindo tempos de lançamento mais rápidos, maior mobilidade e melhores capacidades de armazenamento. Estes factores tornam os mísseis de combustível sólido mais difíceis de detectar e intercetar, aumentando potencialmente a dissuasão nuclear da Coreia do Norte e colocando novos desafios à segurança regional.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, supervisionou pessoalmente o lançamento e saudou-o como um “evento histórico” que “colocaria medo nos corações dos nossos inimigos”. Os meios de comunicação estatais divulgaram imagens que mostram Kim a observar o lançamento ao lado de oficiais militares, enfatizando o compromisso do regime com o seu programa de armamento, apesar das sanções internacionais e da pressão diplomática.

O lançamento do teste atraiu uma rápida condenação da comunidade internacional. Os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul emitiram declarações denunciando o teste do míssil como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Comando Indo-Pacífico dos EUA confirmou que estava ciente do lançamento e monitorizava de perto a situação em coordenação com os seus aliados e parceiros na região.

O primeiro-ministro do Japão manifestou “grave preocupação” com o teste, afirmando que representava uma séria ameaça à segurança do Japão e de toda a região. O Governo japonês convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o assunto e considerar novas ações contra a Coreia do Norte.

Os militares da Coreia do Sul informaram que o míssil voou durante aproximadamente 73 minutos e percorreu uma distância de cerca de 1.000 quilómetros antes de aterrar no Mar do Japão. Embora estes números sugiram uma melhoria significativa na tecnologia de mísseis da Coreia do Norte, especialistas independentes alertam que as alegações do país relativamente às capacidades do míssil devem ser tratadas com cepticismo até serem verificadas por fontes externas.

O teste bem-sucedido de um ICBM de combustível sólido levanta preocupações sobre o ritmo do programa de desenvolvimento de armamento da Coreia do Norte. Os analistas sugerem que este avanço poderá potencialmente acelerar a capacidade do país para implantar mísseis com capacidade nuclear, aumentando a pressão sobre os sistemas de defesa regionais e complicando os esforços diplomáticos para desnuclearizar a Península Coreana.

O momento do teste é particularmente significativo, tendo ocorrido poucos dias antes de uma cimeira trilateral agendada entre os líderes dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão, em Tóquio. A reunião, que visa reforçar a cooperação em matéria de segurança regional, deverá agora concentrar-se fortemente na abordagem da crescente ameaça representada pelos programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.

A comunidade internacional enfrenta novos desafios ao lidar com o programa de armamento da Coreia do Norte. Embora as sanções económicas e o isolamento diplomático tenham sido os principais instrumentos utilizados para pressionar Pyongyang, a sua eficácia na dissuasão das ambições nucleares do regime tem sido limitada. O último teste de mísseis sublinha a necessidade de uma reavaliação das estratégias actuais e da exploração de novas abordagens para interagir com a Coreia do Norte.

A China, o principal aliado e parceiro comercial da Coreia do Norte, apelou à calma e à moderação de todas as partes envolvidas. Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês apelou ao regresso ao diálogo e às negociações, sublinhando a importância de abordar as preocupações de segurança de todos os países da região. No entanto, a capacidade ou a vontade da China de exercer uma pressão significativa sobre a Coreia do Norte continua a ser um tema de debate entre os observadores internacionais.

O lançamento do teste reacendeu também as discussões sobre a eficácia dos sistemas de defesa antimíssil na região. Tanto o Japão como a Coreia do Sul têm trabalhado para melhorar as suas capacidades de defesa antimíssil nos últimos anos, com o apoio dos Estados Unidos. Contudo, o desenvolvimento de mísseis norte-coreanos mais avançados, especialmente aqueles com tecnologia de combustível sólido, coloca novos desafios aos sistemas de defesa existentes.

À medida que as tensões aumentam na sequência desta última provocação, a comunidade internacional enfrenta decisões difíceis sobre como responder. Embora exista um amplo acordo sobre a necessidade de impedir novos avanços nos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, continua a ser difícil encontrar uma abordagem unificada e eficaz. Nas próximas semanas e meses, assistiremos provavelmente a esforços diplomáticos intensificados e a uma potencial postura militar, à medida que as nações da região se debatem com esta crescente ameaça à segurança.

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